terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Acre deve transferir 15 detentos para presídio federal do RN, diz secretário

Secretário afirma que pedido foi feito ao juiz federal de Mossoró há 5 meses.
Farias informou que decisão deve ser divulgada até o final da semana.

Iryá RodriguesDo G1 AC



Emylson Farias diz que fez pedido de transferência
há cinco meses
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

O Acre deve transferir ao menos 15 detentos para a unidade federal de Mossoró (RN) nos próximos dias. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do estado, Emylson Farias. Segundo ele, o pedido de transferência dos presos foi enviado ao juiz federal de Mossoró há cerca de cinco meses e o estado ainda aguarda a autorização.

Farias afirmou que a solicitação de transferência estava em sigilo para evitar retaliação dos detentos dentro dos presídios do estado. Ele disse ainda que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta segunda-feira (9) que o pedido foi autorizado, porém, até o momento não há essa confirmação por parte do juiz federal da cidade no Rio Grande do Norte.

O secretário lembrou que a declaração do ministro da Justiça veio após a rebelião que deixou 60 mortos em Manaus (AM) e outros 33 mortos na maior penitenciária de Roraima (PR), na madrugada desta sexta (6). No Acre, uma rebelião em outubro de 2016 deixou quatro mortos e 19 feridos.

"O ministro da Justiça está pedindo para o juiz federal se sensibilizar e agilizar para ver se despacha logo isso. O Acre fez o pedido há cinco meses. São pelo menos 15 presos. Parece que agora houve a sensibilização depois que ocorreu o evento de Manaus e Roraima. Na hora que ele [juiz federal] decidir, a gente transfere", disse o secretário.


Guerra entre facções
Desde 2016, a capital acreana enfrenta uma briga entre facções criminosas, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp-AC). Desde então, vários homicídios são registrados com características de execução. A Polícia Civil chegou a afirmar ainda no ano passado que o crime organizado estaria lutando por território.

Uma ataque na Unidade Prisional 4 (UP4) ocorreu em outubro, quando pelo menos 25 criminosos armaram uma emboscada no horário que presos do semiaberto retornavam para dormir no presídio. Um motim e uma rebelião também ocorreram no Complexo Prisional Francisco d'Oliveira Conde (FOC) no mesmo mês.

Já neste ano, e diante da morte da 56 pessoas durante rebelião em presídio no Amazonas e 31 presos em Roraima, a Sesp-AC decidiu isolar 44 detentos no presídio de segurança máxima Antônio Amaro. Em todo o FOC, a secretaria anunciou que policiais civis, militares e agentes penitenciários devem atuar em regime de 24 horas por tempo indeterminado.

No sábado (7), criminosos dispararam contra o prédio da Defensoria Pública do Acre, no bairro Bosque. O local foi atingido por quatro disparos, segundo o defensor Fernando Morais. Os tiros atingiram a vidraça. A assessoria da Polícia Civil disse que os criminosos, antes do ataque, roubaram um carro e amarraram o dono.

A polícia encontrou em um carro próximo à Defensoria uma bomba de fabricação caseira e uma carta de duas páginas em que os bandidos ameaçavam explodir prédios públicos, supermercados e pontes do estado. O delegado Nilton Boscaro, que investiga o caso, afirmou que o veículo era roubado. Nele, também foram encontrados munição.

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